Minha primeira experiência com a Terapia Bioenergética
Nesta Terça-Feira eu tive uma das experiênciais mais malucas da minha vida! (No bom sentido! kkk) Mas vou começar minha história do começo, para que faça mais sentido.
Em 2018 eu conheci a Fernanda Mendes, terapeuta energética, através da minha Psicóloga Aline Gomes. Na época eu havia procurado consultas com a Aline para que ela me ajudasse a conseguir trabalhar, dentro do padrão 8h/dia. A este ponto eu já estava doente, com uma úlcera no estômago, fazendo tratamento e passando por dores fortíssimas (físicas, mas principamente emocionais). Minha alma pedia arrego…
Procurei então a Fernanda para uma sessão de Reiki. Queria que ela tirasse “aquilo” de mim, de não conseguir trabalhar dentro dos escritórios, de me enfiar dentro do banheiro para fugir. Eu só queria ser normal..
E foi então que tudo mudou.. Comecei a fazer o tratamento e logo na primeira semana já percebi que não era eu quem tinha que mudar, mas minha visão sobre mim mesma (eu precisava me conhecer) e no quanto eu estava me matando (literalmente) para caber em um sapato que não me servia..
Saí da empresa em que eu trabalhava (onde me sentia uma burra, incompetente) e comecei a estudar para trabalhar com maquiagem. Só que eu me deparei com outro problema: Eu não gostava (nem nunca gostei) de trabalhar aos finais de semana. E na primeira oportunidade, o sistema me sugou de volta. E lá estava eu de novo dentro de uma empresa, trabalhando como suporte, enfiada dentro do banheiro, querendo sumir do planeta, só pra não trabalhar aos finais de semana. Afinal, não se pode ter tudo, não é mesmo? Juro, nessa época eu comecei a não querer mais sair de casa (teve dias que eu nem consegui)
Quando a vida me puxou o tapete
Até que numa tarde de domingo, logo depois do almoço, em meio ao caos da pandemia, minha mãe me ligou falando que meu pai estava sofrendo um infarto.. Na hora me levantei, saí correndo, transtornada, surtei… Surtei mesmo, quebrei tudo que vi na minha frente por que eu SABIA que meu pai ia morrer.. Sem se despedir.. E da última vez que ele tentou falar comigo eu disse pra ele que eu não queria falar, porque eu estava muito abalada com o lockdown. Ele quis fazer uma chamada de vídeo e eu simplesmente não quis. Ok, eu só estava tentando dar um espaço para mim mesma, mas eu nunca mais poderia fazer uma chamada de vídeo com ele novamente. E agora o que eu ia fazer?
Meu luto
Alguns dias se passaram, eu saí do meu emprego e eu comecei a pintar, pintar sem nenhuma grande pretensão, somente para aliviar aquela carga de um milhão que quilos que estava presa dentro de mim. E assim foram se passando os dias, meses.. Até que, novamente o universo me chama para um teste, e me dá uma nova oportunidade de trabalhar com aquilo que eu odeio. E claro que eu quis.. Fui fazendo meu trabalho até não aguentar mais. Até que.. Comecei a pintar de novo. Aff..
Só que dessa vez era diferente (pensava eu). Dessa vez eu pintava para ganhar dinheiro, lindos retratos de pets (dos quais eu me orgulho muito por sinal). Pedi demissão do meu emprego, mas meu chefe na época me ofereceu outro trabalho, para desenvolver conteúdos. E ali eu fiquei. E estou até hoje. Mas essa história não é bem a versão que quero contar agora.
O que eu quero contar é que em paralelo a esse trabalho eu tentei pintar, porém novamente me sentindo presa. Presa ao que as pessoas me pediam para fazer, presa principalmente na PERFEIÇÃO. Se eu fizesse alguma coisa mais ou menos, eu rasgava e odiava, e me odiava por aquilo. Eu era uma impostora, uma farsa.. Parei de pintar.
Engravidei, me perdi de todas as formas que tinha, se é que isso ainda era possível, tive depressão, me recuperei e fui seguindo a minha vida. Muito confusa, tentando me reencontar, e fracassando em toda santa vez..
Minha primeira experiência com a terapia Bioenergética
Até que essa semana eu fui fazer a Terapia Bioenergética.. A Fernanda, diga se de passagem, apesar de eu estar dando uns perdidos, não desistiu de mim. E lá fui eu. Antes de entrar pela porta alguém me disse na ponta da orelha: “Hoje vai ser foda”.. Mas nem dei bola, achei que ia ser tipo um reiki, calminho.. Sabe de nada inocente!
Beleza, entrei e a Fê disse que o lance era só de calcinha e sutiã (oi?!) gente que vergonha, eu nem sabia que calcinha eu tinha colocado. Sorte que eu tinha tomado banho, pensa! kkkk Ela me deixou bem a vontade e eu parei de pensar e só deitei.
A experiência surreal
Ela começou a bio, e sério, não levou acho que mais de um minuto pra eu começar a chorar, porque veio um cheiro de bolo de laranja no meu nariz.. Heihn? O bolo de laranja era especial tá?! Um sem leite e sem ovos que eu comia quando passei um ano em dieta restritiva por minha bebê ter APLV. Eu tinha colocado aquelas memórias em algum lugar seguro, eu juro que tinha. Mas elas estava ali de novo, jogando na minha cara minhas fraquezas. Todo sentimento sombrio que eu havia sentido. E assim meu olho fechado, depois de muita insistência das lágrimas, conseguiu desaguar aquilo que eu tava sentindo.
Depois disso outras memórias vieram, memórias de dor, de raiva. Muitas dores, emocionais, físicas. E a cólica.. Ela veio me lembrar que eu fiz minha laqueadura para nunca mais deixar com que a vida me fizesse sentir novamente tudo aquilo que eu havia sentido. Mas meu útero me lembrou que quem comanda as coisas não sou eu, que não controlo absolutamente nada.
Meus braços começaram a literalmente virar pra dentro, me trazendo uma memória horrorosa de um dia em que eu estava com desidratação e tive cãibras por todo corpo. Eu ria e chorava, me desesperava. E a Fê me acalmava, ria junto comigo em alguns momentos, e me dizia pra soltar.. Soltar a borda.. Cara, soltar a borda não dá não..
Fiquei um tempo com várias memórias passando pela minha cabeça. Mas a grande clareza foi de como a arte sempre esteve presente para me salvar. A arte é minha religião, é minha chama interna, minha salvação, meu bote salva vidas para quando eu estiver pronta para soltar a bendita da borda..
A bioenergética me trouxe a clareza.
Foi como se eu fosse um rio represado, e a bio tirou algumas pedrinhas do caminho para que algumas de minhas águas possam fluir. De terça pra cá TANTA coisa mudou na minha cabeça, e tantos projetos surgiram, que valem ainda mais posts como esse.
Eu ainda estou vivendo todos os processos, não existem conclusões acerca disso tudo, porém eu to pronta pra deixar vir e surgir tudo que a vida tiver para me oferecer!
Acho que da borda eu já soltei um dedinho!